Atualmente existem duas formas de se chegar na cidade, saindo de Belém, uma é ir até a rodoviária e pegar o ônibus que vem direto pela alça viária, nas empresas Jarumã e Transarapari, outro modo é ir até o porto dessas empresas que fica no ver-o-peso próximo a praça D. pedro II do lado do forte do Castelo e lá tomar um barco que vai até o porto do Arapari em Barcarena e de lá seguir por via terrestre.. as viajens são diárias a primeira as 7:00h e a última as 18:30.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Programação do Festival.
PROGRAMAÇÃO
DIA 01/12 (quinta-feira)
· Programação GOSPEL
06hs: Alvorada musical e fogos
08 às 11hs: Animação e show cultural gospel
11:30 as 14hs: Almoço com música ao vivo gospel.
16 as 20hs: Show cultural gospel
21:Abertura Oficial
21:30hs: Show com artista/atração estadual ou nacional gospel a confirmar
23hs: Encerramento
DIA 02/12 (sexta-feira)
06hs: Alvorada musical
· SEMINÁRIO DO AÇAÍ
De 08 as 13hs
13 as 15hs: Almoço com música ao vivo (voz e violão ou teclado e voz)
Local: Centro Cultural
17hs: Gincana com as escolas
19hs: Show Cultural
21hs: Saudação do Prefeito
21:30hs: Baile Família ( Beto Farias e Banda)
23:30hs:Baile família/ show Tom Cleber
03hs: encerramento
DIA 03/12 (Sábado)
06hs: alvorada musical
· TURISMO ECOLÓGICO
(visita a produtores e paisagens ribeirinhas)
08hs: Saída do barco do Trapiche Municipal
14hs: Retorno do Barco
· FORUM MUNICIPAL DE CULTURAL
De 08 as 13hs
13 as 15hs: Almoço com música ao vivo (voz e violão ou teclado e voz)
Local: Centro Cultural
· Show cultural
16hs: Animação e brincadeiras com alunos das escolas e atores culturais local no Centro Cultural
17:30 as 19:30hs: intercâmbio Cultural Regional
20:00 Intervalo
22hs: show da Banda Zona rural
00:00hs: Show da Banda Açaí Pimenta
03hs: Encerramento (Banda Sabor Açaí)
DIA 04/12 (Domingo)
06hs: Alvorada musical
09 as 11:30hs: Show cultural com brincadeiras e animações
12 as 14:30hs: Almoço com música ao vivo (banda local)
15 as 17hs: Continua música ao vivo (banda local)
17hs: Intercâmbio cultural Regional
19hs: O encontro das Cobras grandes (Ponta Negra e Jatuíra)
22 as 00:00hs: show de encerramento
Postado em 07:57
O Açaí.
Igarapé-Miri atualmente é um dos maiores polos de produção e distribuição de açaí do mundo, sendo um dos elementos fundamentais do desenvolvimento econômico, é base da alimentação da população, aos poucos o cultivo da planta vai se desenvolvendo onde antes havia apenas a utilização da mata nativa, atualmente os açaizeiros são plantados para dar conta da demanda que tem crescido no País e no mundo, reflexo da popularização da fruta.
É neste contexto de importância do açaí para o município de Igarapé Miri e seu entorno que acontece o Festival do Açaí.
É também conhecido como Juçara, em outras regiões é um fruto de cor roxa, que dá em cacho na palmeira conhecida como açaizeiro, cujo nome científico é Euterpe oleracea.
Espécie nativa da várzea da região amazônica, especificamente dos seguintes países: Venezuela, Colômbia, Equador, Guianase Brasil (estados do Amazonas,Amapá, Pará, Maranhão, Rondônia, Acre e Tocantins ), assim como em Trinidad e Tobago e nas bacías do Pacífico na Colômbia e no Equador. A Festa da Juçara do Maranhão refere-se ao açaí.
O açaí é um alimento fundamental na dieta nortistas, sendo em lugares como Igarapé-Miri a base da alimentação da população. seu consumo remonta aos tempos pré-colombianos. Hoje em dia é cultivado não só na Região Amazônica, mas em diversos outros estados brasileiros, sendo introduzido no resto do mercado nacional durante os anos oitenta e noventa.
No Brasil, o estado do Pará é o maior produtor mundial da fruta, sendo responsável por mais de 85% da produção mundial, e Igarapé-miri é responsável por mais de 30% desse percentual, atualmente o açaí é apreciado em várias partes do mundo e está em pleno processo de popularização.
O açaizeiro é semelhante à palmeira juçara (Euterpe edulis Mart.) da Mata Atlântica, diferenciando-se porque cada planta de juçara tem somente um caule cujo gomo terminal constituí o palmito.
Mas os açaízeiros crescem em touceiras de 4 a 8 estipes (troncos de palmeira) cada um de 12 m de altura e 14 cm de diâmetro ponto-médio]e podenm chegar até uns 20 metros.
A poupa do açaí é consumida na região norte em forma de pirão, feito com a mistura do suco com farinha de tapioca ou de mandioca acompanhado de algum tipo de carne, Assim pode ser consumido na forma de bebidas funcionais, doces, geleias e sorvetes. O fruto é colhido subindo-se na palmeira com o auxílio de uma trançado de folha amarrado aos pés a peconha.
Para ser consumido, o açaí deve ser primeiramente despolpado em máquina própria ou amassado manualmente (depois de ficar de molho na água), para que a polpa se solte, e misturada com água, se transforme em um suco grosso também conhecido como vinho do açaí.
Nas demais regiões do Brasil, o açaí é preparado da polpa congelada batida com xarope de guaraná, gerando uma pasta parecida com um sorvete, ocasionalmente adicionando frutas e cereais. Conhecido como açaí na tigela, é um alimento muito apreciado por frequentadores de academias e desportistas, já que as propriedades estimulantes presentes no fruto, são muito mais saudáveis que aquelas encontradas no café ou em bebidas energéticas. O açaí também ajuda na eliminação de resíduos do corpo, garantindo saúde para seus consumidores.
Etimologia da palavra açaí encontra-se no vocábulo tupi que significa fruto que chora, ou seja fruto que elimina água, devido a grande quantidade líquida que se extrai do fruto.
Importância comercial
O açaí é de grande importância para a sua região de cultivo em virtude de sua utilização constante por grande parte da população, principalmente os ribeirinhos. Nas condições atuais de produção e comercialização, a obtenção de dados exatos é quase impossível, devido à falta de controle nas vendas, bem como à inexistência de uma produção racionalizada, uma vez que a matéria-prima consumida se apoia pura e simplesmente no extrativismo e comercialização direta. No Pará, principal produtor, o consumo de açaí, em litros, chega a ser o dobro do consumo de leite.
Neste sentido, constitui-se num item de alimentação fundamental para muitas pessoas. Entretanto, a exportação em larga escala tem acarretado uma diminuição significativa na qualidade do suco consumido pela população de baixa renda que para consumir o fruto com uma qualidade razoável necessita pagar mais caro. O que torna-se inviável do ponto de vista da renda financeira que possuem. Consumindo um suco fino que as pessoas denominam de chula.
A mistura com água e outros ingredientes, promovida fora da região Norte do Brasil, reduzindo a participação efetiva de açaí na mistura, é devido ao alto custo que seria exportar açaí do Norte, sobretudo do Pará, para outras regiões do país. Para se tornar econômicamente viável, comerciantes passaram a misturar o açaí original, adquirido a alto custo, com outros elementos de menor valor econômico, viabilizando a venda. O detalhe é que isso gerou uma distorção na concepção de consumo da fruta: muitos brasileiros não sabem que o fruto é nativo do Norte ou que é consumido puro. Na região Norte, tanto humildes ribeirinhos (moradores tradicionais das margens dos rios) como as classes econômicamente mais favorecidas dos grandes centros urbanos consomem açaí sem os artifícios comumente empregados em outras regiões do país, considerando o açaí de duas classes: o açaí integral, sem tais artifícios, e o açaí misturado, que é aquele no qual se acrescenta água para dar mais volume e muitas das vezes até amido com intuito de obter mais consistência, comercializado com frequência em todo o país.
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL: Cada 100g de polpa de açaí contém aproximadamente: Calorias: 349 Kcal Proteínas: 13g Carboidratos: 36g Lipídios: 17g Fibras: 34g Sódio: 56,4mg Cálcio: 286mg Ferro: 26mg Fósforo: 227mg Potássio: 932mg Magnésio: 174mg Vitamina C: 17mg Vitamina E: 45mg
Apesar do alto teor de gordura do açaí, trata-se em grande parte de gorduras monoinsaturadas (60%) e poliinsaturadas (13%) ]também presentes no abacate. Estas gorduras são benéficas e auxiliam na redução do colesterol ruim LDL, melhoram o HDL, contribuindo na prevenção de doenças cardiovasculares como o infarto do coração e previnem, até mesmo obesidade, problemas de memória e fraqueza física. A antocianina, pigmento que tinge os dentes com a cor arroxeada, possui grande capacidade de combate aos radicais livres, moléculas que destroem as células sadias do nosso corpo
Fonte: Centro de Medicina Integrada e Revista Saúde é Vital, Editora abril.
Despolpamento mecânico em máquina utilizada no preparo do vinho. Usada em substituição às primitivas de rotação manual
Lenda
Conta a lenda que existia uma tribo indígena muito numerosa. Como os alimentos estavam escassos, era difícil conseguir comida para toda a tribo. Então o cacique Itaki tomou uma decisão muito cruel. Resolveu que a partir daquele dia todas as crianças recém nascidas seriam sacrificadas para evitar o aumento populacional da tribo.
Até que um dia a filha do cacique, chamada Iaçá, deu à luz uma menina que também teve de ser sacrificada. Iaçá ficou desesperada, chorava todas as noites de saudades. Ficando vários dias enclausurada em sua oca e pediu a Tupã que mostrasse ao seu pai outra maneira de ajudar seu povo, sem o sacrifício das crianças.
Certa noite de lua, Iaçá ouviu um choro de criança. Aproximou-se da porta de sua oca e viu sua filhinha sorridente, ao pé de uma grande palmeira. Lançou-se em direção à filha, abraçando - a . Porém misteriosamente sua filha desapareceu.
Iaçá, inconsolável, chorou muito até morrer. No dia seguinte seu corpo foi encontrado abraçado ao tronco da palmeira, porém no rosto trazia ainda um sorriso de felicidade e seus olhos estavam em direção ao alto da palmeira, que se encontrava carregada de frutinhos escuros.
Itaki então mandou que apanhassem os frutos, obtendo um vinho avermelhado que batizou de açaí, em homenagem a sua filha (Iaçá invertido). Alimentou seu povo e, a partir deste dia, suspendeu a ordem de sacrificar as crianças.
Postado em 04:18
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
O Encontro das Cobras.
O encontro das cobras que acontece já a 3 anos na cidade é fruto de uma junção da mitologia dos ribeirinhos de Igarapé-Miri, nessa mistura, estão os Botos , a narração de costumes de tribos que se encontram e que dão origem as duas cobras:
A Ponta Negra e Jatuíra
A cobra da ponta negra é um animal criada pela deusa da vingança dos Anam-mas e morava numa pedra que tinha o formato de uma pessoa, e que estava próxima a pedra que Semom, morreu. Devido ao seu formato, era venerada pelos índios como um deus ( Segundo a lenda, a pedra que fica hoje no meio do rio Mamangal Grande).
Com a morte do Tuaxaua, houve a mudança da tribo e os índios foram perseguidos por outra tribo que eram os Camarapins seus inimigos. Por causa da perseguição imposta a Deusa da vingança lança uma maldição sobre os inimigos que de 100 em 100 anos nasceriam crianças gêmeas encantadas, para todo o sempre entre os indios e posteriormente entre seus descendentes.
Rosalina a Cobra do Jatuíra é portanto uma dessas, sendo uma moça em forma de cobra que Nasceu no rio Cají e se mudou para o Rio Jatuíra na sede da cidade por ocasião da mudança de seus pais, havendo ainda na cidade parentes da encantada.
A cobra da ponta negra é um animal criada pela deusa da vingança dos Anam-mas e morava numa pedra que tinha o formato de uma pessoa, e que estava próxima a pedra que Semom, morreu. Devido ao seu formato, era venerada pelos índios como um deus ( Segundo a lenda, a pedra que fica hoje no meio do rio Mamangal Grande).
Com a morte do Tuaxaua, houve a mudança da tribo e os índios foram perseguidos por outra tribo que eram os Camarapins seus inimigos. Por causa da perseguição imposta a Deusa da vingança lança uma maldição sobre os inimigos que de 100 em 100 anos nasceriam crianças gêmeas encantadas, para todo o sempre entre os indios e posteriormente entre seus descendentes.
Rosalina a Cobra do Jatuíra é portanto uma dessas, sendo uma moça em forma de cobra que Nasceu no rio Cají e se mudou para o Rio Jatuíra na sede da cidade por ocasião da mudança de seus pais, havendo ainda na cidade parentes da encantada.
Rosalina, a cobra do Jatuíra
O Encontro das Cobras.
Ambas são narradas por ribeirinhos em diferentes contextos, tanto virando barcos com seu rebujo, como salvando náufragos em momentos de desespero, o ritual que atualmente ocorre em Igarapé-Miri, conta que quando a Encantada Jatuíra está no período do seu cio de cobra Ponta Negra sente seu Cheiro e invade a cidade, a representação é feita por dois grupos que dividem a cidade em simpatizantes dessa ou daquela cobra, quase que predominância por maior proximidade com o Igarapé do Jatuíra, ou com a orla da cidade de onde vem a Ponta Negra.
A encenação envolve grande parte da população, ocorrendo durante o Festival do Açaí.
As cobras saem de diferentes lugares e vão passando pela cidade, desviando uma da outra para só se encontrarem na Arena do festival, onde a representação das tribos e da origem da maldição é feita e uma grande confusão se arma, por que Ponta Negra quer acasalar com Jatuíra, só que ela movida por sua parte humana se recusa ao coito e fura o olho de Ponta Negra, que retira-se prometendo voltar.
Outros elementos presentes na representação são os Botos que carregam a cobra, as duas tribos, as Deusas da vingança e da Redenção, os pajés, a maldição. Que são peças chaves na representação que acontece na cidade.
Durante o Festival do Açaí diversas outras expressões da cultura miriense são apresentadas.
Durante o Festival do Açaí diversas outras expressões da cultura miriense são apresentadas.
Fontes.: O Encontro das Cobras Grandes de J. Santiago e fragmentos da tradição oral.
Postado em 09:34
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Igarapé-Miri.
Igarapé-Miri é um município brasileiro do estado do Pará. Localiza-se a uma latitude 01º58'30" sul e a uma longitude 48º57'35" oeste, estando a uma altitude de 17 metros. Sua população estimada em 2010 é de 58 023 habitantes.
Histórico
Firmadas definitivamente as bases do domínio português na Amazônia, expulsos de vez os invasores britânicos, batavos e franceses das fortificações que haviam construído ao longo de vastas áreas do litoral, foi possível a penetração dos colonos em maior escala nas zonas até então pouco exploradas.Atravessando os mais inóspitos caminhos à procura de terras férteis e de fortuna fácil, o colonizador começou a fincar os alicerces das inúmeras propriedades fabris e rurais de que falam as crônicas do século XVII. As cartas sesmarias concebidas pelo rei às pessoas de bons haveres prodigalizaram a vários desses beneficiados meio de fortuna rápida.
No reinado de dom João V, no lugar onde hoje é a cidade de Igarapé-Miri, foi construída uma fábrica nacional para beneficiamento de madeiras, que, daí eram exportadas para Belém, em abundância e das melhores qualidades.
Das Fábricas Nacionais da Província do Grão Pará, a de Igarapé-Miri foi a que mais se desenvolveu, concorrendo, para isso, o fato de estar situada em terrenos planos, sólidos e férteis, que se estendiam desde o Rio Santana de Igarapé-Miri, pelo centro até o Rio Itanimbuca, numa distância de légua e meia. Acrescenta-se a circunstância de lá não serem conhecidas as febres palúcidas, que grassavam em grande parte do interior do estado do Pará.
Segundo as informações contidas nos folhetos do tenente-coronel Agostinho Monteiro Gonçalves de Oliveira, intitulados "Crônica de Igarapé-miri", as origens do município antecedem ao reinado de dom João V, no início do século XVIII.
Já nessa época, no lugar conhecido como Igarapé-Miri, às margens do igarapé de mesmo nome, existia a fábrica nacional para aparelhamento e extração de madeiras de construção, que eram comercializadas em Belém. De todas as fábricas do ramo no Pará, aquela era a mais proveitosa, considerando estar situada em terrenos planos, sólidos e férteis, margeada, em sua maior parte, pelo igarapé Cataiandeua, pelo qual desciam facilmente as madeiras ali lavradas.
Em 10 de outubro de 1710, João de Melo Gusmão conseguiu, do governador, o capitão-general Cristóvão da Costa Freire, a cessão de uma sesmaria contendo duas léguas de terra no Igarapé-Miri, muito embora não tenha fixado residência no local. Esse ato do governo, em favor de quem não residia sequer nos terrenos cedidos, causou grande descontentamento entre os posseiros, agricultores e comerciantes ali estabelecidos, que exigiram elevadas indenizações pelas benfeitorias por eles efetuadas no lugar. Por esse motivo, Gusmão foi obrigado a vender-lhes a maior parte dos terrenos, cabendo ao agricultor e comerciante português Jorge Valério Monteiro, comprar a parte onde estava situada a referida fábrica. A fertilidade do solo do então povoado de Igarapé-Miri, a riqueza de seus habitantes e o brilhantismo das festas religiosas atraíram muitos estrangeiros que acabaram por se estabelecer naquelas terras.
Pouco tempo depois, Jorge Monteiro casou-se com Ana Gonçalves de Oliveira, filha do próspero agricultor Antônio Gonçalves de Oliveira. A excelente compra que fizera e o bom casamento realizado deu-lhe rápida prosperidade.
Foi dona Ana quem trouxe de Portugal a devoção a Sant'Ana; daí é que Monteiro mandou construir, em 1714, uma bela capela sob a devoção/invocação da santa, na qual eram realizados grandes festejos anuais.
O português Jorge Monteiro enriqueceu tanto que, em 1730, resolveu voltar para a Europa, vendendo suas propriedades para o agricultor João Paulo Sarges de Barros.
Sarges de Barros também prosperou com a fábrica do povoado de Igarapé-Miri. Além disso, continuou com a tradição da Festa de Santana, tornando-a, porém, mais pomposa. Reconstruiu a capela, ampliando-a e preparou a área a sua volta para as barraquinhas dos festejos. Por ocasião da visita do bispo D. Frei Miguel de Bulhões, a capela de Santana recebeu o predicamento de paróquia, no dia 29 de dezembro de 1754.
Um dos filhos de João Paulo de Sarges de Barros, João Sarges de Barros, ordenou-se padre e foi o primeiro vigário da paróquia de Igarapé-Miri, ali permanecendo até seu falecimento, em 1777.
Coube a Sebastião Freire da Fonseca (apelidado de Carambola e natural de Mazagão da África), proprietário de uma fazendola no povoado de Igarapé-Miri, o feito de escavar um canal de navegação para substituir o antigo Furo Velho que estava abandonado e obstruído. As obras tiveram início em 1821, sendo concluídas, de forma incompleta, em novembro de 1823, em virtude de um desastre que lá aconteceu. Apesar disso, o novo canal constituiu-se numa obra capital para o desenvolvimento da região, uma vez que a navegação tornou-se franca.
A então freguesia de Santana do Igarapé-Miri sofreu com os rigores da guerra da Cabanagem, em 1835, tendo oferecido resistência aos invasores na figura do juiz de paz, José Antônio Pereira de Castro. Na mesma época em que invadiram Belém, em agosto, os cabanos - chefiados por Manoel Domingos, Alexandre Carlos, Manoel de Souza e João de Souza - cercaram a freguesia de Igarapé-Miri, exigindo-lhe a rendição. Como houve resistência em se entregar, os combates começaram. Com a vitória dos revoltosos, os cabanos invadiram a Freguesia e deram início a atos violentos, através de fuzilamentos, na Praça da Matriz, e assassinatos com armas brancas.
Em 1836, com a chegada das forças legais, os cabanos começaram a ser derrotados nas vilas e lugarejos onde tinham se estabelecido. Assim, a freguesia de Igarapé-Miri voltou à legalidade, através da ação do tenente João Lima de Castro Gama, auxiliado por José Alves, José Gonçalves Chaves e Ambrósio José da Trindade.
Em 1843, a Lei 113, de 16 de outubro, concedeu à freguesia de Igarapé-Miri a categoria de Vila, instituindo, ao mesmo tempo, o respectivo Município. No ano seguinte, o Decreto Legislativo nº 118, de 11 de setembro, anexou à vila de Igarapé-Miri as freguesias de Abaeté e Cairari. A instalação do Município ocorreu, efetivamente, dois anos após a sua criação. Vitorino Procópio Serrão do Espírito Santo foi o primeiro presidente da Câmara Municipal, instalada, conjuntamente com o Município, em 26 de julho de 1845.
Em 1877, através da Lei 885, de 16 de abril, a freguesia de Abaeté foi desmembrada do município de Igarapé-Miri e passou a integrar o patrimônio jurisdicional de Belém, até o ano de 1880, quando foi elevada à categoria de Vila.
Com o advento da república, o Governo Provisório do Pará extinguiu as Câmaras Municipais, a 19 de fevereiro de 1890, pelo Decreto Sessenta, criando, em seu lugar, o Conselho de Intendência, através do Decreto, de 20 de fevereiro do mesmo ano, nomeando Francisco Antônio Lobato Frade para presidente.
Em 1896, a vila de Igarapé-Miri ganhou os foros de cidade, mediante a Lei 438, de 23 de maio de 1896.
E, em 8 de agosto de 1888, um miriense, de nome Antônio Manoel Correa de Miranda, filho do tenente-coronel das antigas milícias Manuel João Correia de Miranda e de Alexandrina Antonia Sousa Miranda, casado com Leopoldina Campos com quem teve quatro filhos, dos quais apenas sobreviveram dois: Antônio Miranda Filho e Eufrosina Miranda, que foi agraciado com o título de Barão de Cairari por carta-imperial em 8 de agosto de 1888.
Após a vitória da Revolução de 1930, o Decreto Seis, de 4 de novembro daquele ano, extinguiu o município de Igarapé-Miri, anexando-o ao território de Abaetetuba. Todavia, quase simultaneamente, pelo Decreto Estadual 78, de 27 de dezembro seguinte, voltou a ganhar a sua autonomia municipal.
Atualmente, o município está constituído pelos distritos de Igarapé-Miri (sede) e Maiauatá.
Cultura
Um extenso calendário de festividades movimenta a população do município de Igarapé-Miri durante todo o ano.É muito conhecida pela tradicional festa de Sant'Ana, que é a padroeira da cidade. A festa teve início no ano de 1714, quando foi erguida a primeira igreja da santa. As comemorações acontecem no período de 16 a 26 de julho, e inicia com o Círio terrestre, no qual, pela manhã, a imagem da santa sai da Igreja Matriz, localizada na sede municipal, e segue em procissão rodoviária pelas principais ruas de Igarapé-Miri, até chegar à centenária igreja da vila de Maiuatá, distante 17 km da cidade, de onde sairá a procissão fluvial. O Círio fluvial acontece no último dia da festa, à tarde, percorrendo os rios Meruú e Miri, e retornando à igreja Matriz. As festividades são acompanhadas de arraial e leilões de animais e artigos diversos oferecidos pela comunidade.
Destaca-se, ainda, a Festa de São Sebastião, com festejos que começam desde o dia 9 de janeiro, com a "ramada", isto é, o embandeiramento da casa de festejo, embora a festa seja realizada somente no dia 20 desse mês. O Círio é realizado no dia 11, e, no dia 20, dá-se a derrubada do mastro.
A festas de Santo Antônio dos Inocentes e de Santa Maria da Boa Esperança, realizadas nos meses de junho e agosto, respectivamente, completam o calendário de eventos religiosos do município.
Entre as manifestações culturais de Igarapé-Miri, há o originalíssimo auto junino, cultivado apenas no Município, representado pelo grupo Cordão do Camarão. Os bois-bumbás "Estrela D'alva" e "Flor de Ouro", e o "Pássaro Galo" completam o quadro das manifestações populares no Município. Por ocasião das festas juninas, as escolas e os grupos locais organizam quadrilhas.
A produção artesanal é variada. Do barro, são confeccionados alguidares e vasos; da tala, os artesãos produzem peneiras, paneiros, tipitis, chapéus e matapis; do ouriço da castanha e da casca de sapucaia, são fabricados vasos; da casca do côco, são confeccionados cinzeiros e bonecas, entre outros.
O patrimônio histórico de Igarapé-Miri é formado pela igreja de Sant'Ana, pela Casa da Cultura e a pela capela do Bom Jesus.
Os únicos equipamentos culturais de que a cidade dispõe são uma Biblioteca Municipal e a Casa da Cultura.
É conhecida como a capital mundial do açaí, por ser o município com maior produção mundial do mesmo.
Solos
Os solos do Município são formados, com grande expressividade, pelos seguintes tipos: Latossolo Amarelo distrófico, textura média e argilosa, Podzol Hidromórfico e Concrecionários Lateríticos indiscriminados distróficos, textura indiscriminada.Nas várzeas, aparecem pequenas manchas de Gleys Pouco Húmico distróficos e eutróficos e Aluviais eutróficos e distróficos.
Vegetação
Pouco resta da cobertura florestal primitiva, que pertence ao subtipo Floresta Densa de terra firme, e que recobria, indiscriminadamente, a maior parte do Município. Hoje, em seu lugar, existe a Floresta Secundária, intercalada com cultivos agrícolas.Já as áreas de várzea, apresentam sua vegetação característica de espécies hidrófilas (que gostam de água), latifoliadas (de folhas largas), intercaladas com palmeiras, dentre as quais se destaca o açaí, por ser de grande importância na alimentação da população local.
Patrimônio Natural
A alteração da cobertura vegetal, observada nas imagens LANDSAT-TM, do ano de 1986, foi de 44,75%.Como acidentes geográficos que necessitam de preservação, destacam-se os rios Igarapé-Miri e Maiauatá, além de algumas ilhas, como da Serraria, Cueca e Cuequinha.
Topografia
O Município apresenta cotas topográficas pouco elevadas, tendo como referência a sede municipal, que atinge 20 metros de altitude. Porém, ao sul do Município, essas altitudes são mais elevadas, alcançando até o dobro da cota medida na cidade.Geologia e Relevo
O Município apresenta sua geologia formada por sedimentos do Terciário (Formação Barreiras), na porção continental, e sedimentos do Quaternário Antigo e Recente, nas áreas de várzeas e ilhas fluviais.Sendo assim, o relevo apresenta grande simplicidade, representado por formas típicas de tabuleiros (baixos platôs), terraços e várzeas, que fazem parte da unidade morfoestrutural do Planalto Rebaixado da Amazônia (Baixo Amazonas).
Hidrografia
O principal rio de Igarapé-Miri é o Meruú, coletor de quase toda a bacia hidrográfica do Município. Seus principais afluentes pela margem direita são o rio Igarapé-Miri, em cuja margem está localizada a sede municipal, e o rio Itanambuca, que limita o Município, a nordeste, com Abaetetuba. Pela margem esquerda, o principal rio é o Cagi, limite natural a sudoeste, com o município de Cametá, desde as nascentes até seu curso médio.O rio Maiauatá, que banha a Vila do mesmo nome, serve de ligação entre o rio Meruú e a foz do rio Tocantins.
O Município possui ilhas fluviais, banhadas pelas águas do estuário do Tocantins, entrecortadas por uma série de cursos d'água conhecidos como furos e igarapés.
Clima Equatorial
O clima do Município corresponde ao megatérmico, tipo Am da classificação de Köppen, apresentando temperaturas elevadas, com média anual de 27°C, e pequena amplitude térmica.A umidade relativa apresenta valores acima de 80%.
A precipitação pluviométrica anual apresenta-se acima de 2.000 mm, com chuvas abundantes de janeiro a junho, com maior disponibilidade de água nos três primeiros meses do ano (balanço hídrico) e carência, nos meses de setembro e outubro.Esse clima coresponde também ao clima da região norte sendo equatorial quente e úmido.
Referências
- ↑ a b Divisão Territorial do Brasil. Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
- ↑ IBGE (10 out. 2002). Área territorial oficial. Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Página visitada em 5 dez. 2010.
- ↑ Censo Populacional 2010. Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de 2010). Página visitada em 11 de dezembro de 2010.
- ↑ Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
- ↑ a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Página visitada em 11 dez. 2010.
- ↑ http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm
Postado em 13:16
Assinar:
Postagens (Atom)